quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Faça o que tem que ser feito agora!

 O Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu nessas linhas, que quer dizer em Cantonês: Líder de Família Kung Fu, costuma afirmar que Marcialidade pode ser compreendida como a gestão das consequências das próprias escolhas. Dessa forma, um dos comportamentos que eu, Claudio Teixeira seu discípulo,  posso compreender que seja mais anti-marcial, e por consequência mais contraproducente ao conceito mais amplo do termo Kung Fu, é a procrastinação. 

Mestre Sênior Julio Camacho conduzindo da Flórida
A Aula Master de sua Discípula Mayara Rodrigues no Brasil.



Não que Kung Fu possa ser traduzido apenas como marcialidade, mas esta como uma das características essenciais aprendidas através da pratica do Sistema Ving Tsun de Kung Fu,  tende a ser compreendida. como a capacidade agir com precisão, excelência e pontualidade diante de cada escolha contida em cada instante do cotidiano. Pode parecer a princípio exagerado e impraticável esse grau de atenção e cuidado a cada momento da vida, e acima de tudo, num primeiro instante, e dar a impressão ser necessário esforços gigantescos seguidos de uma tensão mental constante que levaria qualquer um à fadiga nos primeiros horários do dia. Mas justamente a Vida Kung Fu pode ser compreendida pela extrapolação para a o dia a dia da prática deste Sistema Marcial que exorta a conduta feminina, portanto a força bruta, ou a resistência através da tensão exagerada  passam longe das premissas necessárias para um praticante de Ving Tsun lidar com os próprios desafios. 

Mestre Sênior Julio Camacho explicando a importância da
reposição no Sistema Ving Tsun


Meu Si Fu sempre alerta para a importância do posicionamento adequado e a atualização precisa deste toda vez que afetado. Isso quer dizer que a força bruta extraída de movimentos corporais acentuados, através de técnicas treinadas à exaustão, não fazem parte da forma como exploramos praticar o Sistema Ving Tsun. Buscamos ao contrário de repetições de movimentos, muitas vezes onde a concentração mental se focada na precisão técnica, estudar o efeito causado pelo posicionamento e sua atualização constante durante a prática física, assim como na pratica da Vida Kung Fu. Dessa maneira nossa guarda é talvez um dos dispositivos corporais que torna mais evidente todo esse processo. 

Eu, Claudio Teixeira, e o Mestre Sênior Julio Camacho 
em momento de Vida Kung Fu


Nossa guarda, bastante peculiar dentre as demais artes marciais existente, ao invés de uma técnica voltada para salvaguardar o corpo de golpes desferidos por um oponente, se posiciona com as duas mãos alinhadas à frente do plexo sendo uma na vanguarda, e outra na retarguarda desta, ocupando a linha central frontal do corpo de forma ofensiva e contundente. A mão que está à frente sempre em prontidão para um avanço pelos espaços não ocupados pelo oponente, e a que se posiciona atrás, com atenta a repor a primeira, caso este espaço seja obstruído pela defesa, ou ataque do outro. Extrapolando essa conceito para a Vida Kung Fu, percebemos que ao invés de buscarmos a mera ampliação da capacidade de golpear, ou agir conforme as situações do cotidiano através de decisões impulsivas, ou mesmo ensaiadas, são padrões que denotam um nível precário de Kung Fu de um praticante do Sistema Ving Tsun. Pois a marcialidade em alto nível pode ser entendida como uso estratégico dos recursos disponíveis de maneira se aproveitar de qualquer circunstância, sem forçar para se dar resultado necessário, se apoiando nas situações como estas se apresentam.

Portanto a maneira mais simples de organizar-se para vida passa longe dos complexos projetos muitas vezes inviáveis que fazemos olhando para o amanhã, mas sim estar bem posicionado diante dos desafios que o momento presente nos oferece, atualizando-se constantemente de maneira relaxada e atenta, para fazer o que precisa ser feito agora.



quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A mestria e o ajuste.

Acima o Mestre Sênior Julio Camacho
revisando Nível Básico do Sistema Ving Tsun 
de Fernando Pinheiro.
Sou Claudio Teixeira, Discípulo do Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu nessas linhas (Líder de Família Kung Fu), e hoje vou relatar um pouco sobre minha experiência em apoiar a realização das atividades nominada de Aulas Masters, onde os Discípulos do Clã Moy Jo Lei Ou tem a oportunidade de revisar os Domínios do Sistema Ving Tsun de Kung Fu, sob o olhar atendo e cuidadoso dele. 

Quando meu Si Fu iniciou sua própria jornada como praticante, era necessário se descolar até São Paulo para encontrar seu próprio Si Fu, o Grão Mestre Leo Imamura, e este por sua vez, teve sua formação como Líder de Família, conduzida por Patriarca Moy Yat, em Nova York. Num tempo onde internet, telefone móveis, redes sociais virtuais e toda sorte de maravilhas da tecnologia da comunicação contemporânea, ou sequer existiam, ou faziam parte apenas da ficção do cinema. 
Mestre Sênior Julio Camcho reforçando
a importância do posicionamento 


Atualmente, todas quintas feiras a partir das 18:00 até às 20:30, temos um horário especial reservado para mim e meus irmãos Kung Fu, nos aprofundarmos nas nuances do Sistema Ving Tsun, sob a supervisão de nosso Si Fu, cujo olhar treinado não o permite deixar escapar nada de como cada um pode desenvolver o próprio entendimento marcial, assim como extrair das características pessoais a capacidade de alcançar o alto nível desenvolvimento pessoal inerente à precisão necessária para prática em alto nível de Kung Fu. 

Nessa semana, uma lição preciosa que extraí e não posso me permitir escapar, diz respeito à necessidade constante de ajustes que cada demanda solicita. Desde de o preparo para otimizar uma atividade marcial com excelência de maneira remota através dos recursos da internet, à como aproveitar cada pontuação feita pelo meu Si Fu direcionada para cada irmão Kung Fu durante a execução das Listagens de movimentos do Sistema Ving Tsun para o meu próprio desenvolvimento. 
Mestre Sênior Julio Camacho repassando 
a "guarda do Sistema Ving Tsun



Como reafirmou meu Si Fu, a marcialidade em si denota precisão, e por consequência a precisão requer um camada além de cuidado em cada ação. Lições que vão muito além de praticar uma atividade corporal de combate, mas que servem para a luta do dia dia, dos mais simples aos mais complexos desafios do cotidiano. 











sexta-feira, 15 de outubro de 2021

O poder do cuidado!

 É muito comum, não necessariamente uma regra. uma pessoa interessada em iniciar a prática de uma arte marcial, ser motivado entrar numa escola de luta buscando desenvolver um poder pessoal através do saber marcial corporal. Digo isso tanto como praticante, assim como o transmissor cada vez mais habituado em lidar com o público que entra em contato com o Sistema Ving Tsun de Kung Fu, por ser um dos responsáveis pelos  Centros de Transmissão liderados pelo Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu nessas linhas (Líder de Família Kung Fu). Em nossos Centros de Transmissão, entramos em contato com inúmeros conceitos incorporados em nossa cultura, e de longe ouso afirmar que aquilo ao qual sistematicamente nos referimos como zelo, traduzido pela atenção cuidadosa, é o pilar centrar de toda que permite a transmissão de toda riqueza de nosso legado centenário. O que para muitos pode parecer contraditório à necessidade de aprender a lutar, e ter justamente o cuidado princípio para desenvolver o poder que almeja ao buscar uma escola de artes marciais.

Na ordem horizontal:
Mestre Sênior Julio Camacho - Claudio Teixeira 
Mestre Pedro Lamarão - Mestra Sênior Úrsula Lima
Heitor Furtado - Mestre Sênior Ricardo Queiroz  

Recentemente recebi do meu Si Fu o convite de participar do segundo livro da coleção Fundamentos do Kung Fu, da qual ainda esse mês será lançada a primeira obra, cujo tema escrito por ele e seus irmãos Kung Fu, os Mestres Seniores  Úrsula Lima e Ricardo Queiroz, os quais me referirei por Si Suk ("tios"Kung Fu)  de agora em diante. Tais livros estão sendo escritos a partir de entrevistas feitas por três discípulos, um de cada Mestre acima mencionado, e na noite de quinze de Outubro de 2020, durante quase três horas tive a oportunidade de ter sido contemplado com a escolha de fazer parte da entrevista que servirá de base para para o segundo livro pelo título Cuidado, junto com Pedro Lamarão e Heitor furtado, discípulos do meu Si Suk Queiroz e Úrsula nessa ordem. 

Mestres Sêniores Julio Camacho,Úrsula Lima
e Ricardo Queiroz, ano 1995 Núcleo Jacarepaguá
 

Durante a longa e prazeirosa conversa, que se encerrou no meu estilo gostinho de queria mais, pude degustar em primeira mão, as respostas do três Mestres Sêniores de nas rodadas de três perguntas por discípulos, onde cada abordagem foi discorrida com toda mestria da experiência de décadas que cada um tem na bagagem, onde o tem Cuidado, com todo cuidado e atenção, foi revirado do avesso e desnudado, dentro das peculiaridades das percepções pessoais, sempre temperado com muita delicadeza com generosas pitadas do gigantesco arcabouço cultural dos autores. Numa sintonia de se fazer inveja as receitas mais requintadas da culinária, com cada qual se colocando de maneira não só complementar à fala de cada um, que pode ser comparado também à uma sinfonia de saber, que com maestria era se auto regia sem a necessidade de um maestro para se sincronizar. 

Como lição central que retirei dessa noite memorável, de uma maneira ímpar, me senti nutrido de uma saber que mais instiga o empenho em descobrir mais sobre o tema, diante de tantas possibilidades de se perceber, conceituar, praticar, transmitir, preservar e vivenciar a atenção cuidadosa que o tema se refere. Mais que isso, perceber esse zelo em movimento na própria construção desse projeto literário feito a três mãos, em cada detalhe tratado com fino esmero, que me reforçou em muito, o quanto a busca pelo poder através do Kung Fu traduz muito pouco do quanto o benefício de se desenvolver a capacidade de compreender a necessidade do senso de dever  no sentido da missão de legar e proteger. 





terça-feira, 12 de outubro de 2021

Bug no sistema - acesso negado!

Sou Claudio Teixeira, e hoje vou relatar sobre os meus desafios pessoais como praticante do Nível Superior Final do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial, através da narrativa de mais uma de nossas Aulas Master votadas para praticantes da Fase Semi-estruturada do Sistema, conduzida pelo Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu) nessas linhas. 


É bem comum meu Si Fu evocar o conceito de pequena guerra, aquela que diz respeito ao embate no campo de batalha, e a grande guerra, aquela que por sua vez aponta para a vitória sobre os conflitos internos de cada um, que permite ao combatente da grande guerra a disposição necessária para enfrentar a a morte. Trago esse tema hoje para ressaltar a importância da relação discipular nessa guerra interna que muitas vezes me impossibilitou diante da luta do dia a dia. 

Hoje foi um dia que poderia classificar sem exageros de épico em minha jornada como praticante do Sistema Ving Tsun. Por me fazer me sentir finalmente em paz com comigo mesmo diante do desafio de aprender lidar com as emblemáticas Ving Tsun Do (as duas facas que usamos para aprender o último Domínio de nosso Sistema). Há tempos venho me sentido angustiado por não conseguir expressar o Kung Fu que construí durante quase duas décadas como praticante, quando estava com as facas nas mãos, e de certa maneira, havia um bloqueio que me sabotava cada vez que tentava em vão lidar com tais armas, dos mais simples conceitos necessários para se trabalhar a natureza desse Nível, aos mais enigmáticos que algumas vezes me parecem ainda inefáveis.

O Jovem hoje Mestre Sênior Julio Camacho com 
as emblemáticas facas do Sistema Ving Tsun ao fundo
em foto no no Museu de Ip Man em FutShan, China.


Como responsável pela realização do momento, no início da prática, estava completamente absorto da prática em si, com o foco disperso entre gravar a prática, dar acesso à "sala" do Zoom, receber quem iria praticar do Núcleo Ipanema, fixar a tela para que a gravação colocasse em primeiro plano quem estava falando, ou praticando, e de certa maneira, contava que outra pessoa fosse apresentar a Listagem de movimentos, que tenho tido grande dificuldade em desenvolver. Mas, quis o destino que todos estivessem indisponíveis para tal hoje, me expondo num momento que não estava disposto. E quando iniciei a apresentação, um misto de vergonha, desculpas, desmotivações, e aquela vontade que me assombra que a hora passe voando para que aquele instante de desconforto passou em meu estômago. Digo estômago, porque minha cabeça procurava servir de ralo para esvaziar tantas travas que me surgiam. 

Mestre Sênior Julio Camacho orientando o manejo
das Facas do Sistema Ving Tsun


Nesse instante que a "magica" da relação Si Fu Todai (Mestre e Discípulo), se fez presente, quando por durante quase dez minutos interruptos meu Si Fu se dirigiu à mim, e percebendo que eu ainda estava fazendo várias coisas ao mesmo tempo no computador, me solicitou que eu abrisse mão do que estava fazendo, e focasse apenas no que ele estava me transmitindo. Gradativamente fui baixando a reatividade diante das palavras dele, e baixando a minha própria reatividade interna oriunda dos meus desconfortos, e consegui pela primeira vez executar precisamente alguns movimentos que tinha grande dificuldade em realizar. 

Durante uma das falas do Si Fu, lembro-me que ele nos disse que o processo das Aulas Master, muito além das tecnicidades de transmissão sistêmica, deveria acima de tudo se apoiar na relação, para nos permitirmos que cada aula pudesse ser um momento transformador. E completou ao final, que essa transformação, de maneira crescente e graduada, por menor que fosse a cada vez, pode criar um grande evolução ao longo do tempo. Lições que aparentemente podem parecer simples, mas que num ambiente marcial, me dão todas as armas que preciso para vencer minha própria grande guerra. 




quinta-feira, 7 de outubro de 2021

O tempo do Kung Fu

Sou Claudio Teixeira, praticante do Sistema Ving Tsun de Kung Fu, e venho por estas linhas falar um pouco sobre minhas considerações a respeito dos três Níveis iniciais dessa Arte Marcial, apoiado no último encontro on-line que tive com meu Si Fu (Líder de Família Kung Fu), na noite de quinta feira, 07 de Setembro de 2021, onde através do estudo da Fase Estruturada no projeto chamado Aula Master com o Mestre Sênior Julio Camacho, pude reafirmar alguns conceitos que há tempos venho me debruçando em compreender de maneira mais profunda e precisa. 

O Tutor Rodrigo Moreira executando a Lsitagens do Siu Nim Tau 
Orientado remotamente pelo Mestre Sênior Julio Camacho


Nessa noite memorável, meu Si Fu se aproveitou da presença de praticantes em cada um do Níveis do Sistema, para expor um pouco mais sobre sua própria visão do Sistema Ving Tsun, de uma maneira muito particular para cada um deles. Me fazendo rever minha própria jornada como praticante, e como o meu próprio amadurecimento na compreensão, tanto conceitual como prática, evoluiu desde de a primeira vez que iniciei minha própria prática. 

Os pontos ressaltados, me fizeram relembrar o quanto eu mesmo travei diante das Naturezas de cada Domínio desses Níveis, e como minha visão se modificou ao longo das minhas próprias descobertas. De uma maneira subjetiva, observar minha filha Alice, também praticante, não conter em suas expressões a empolgação ao despertar sobre certas nuances tão incorporadas na minha maneira de ver o nível básico, me instigou muito me debruçar um pouco mais naquilo que hoje para mim é tão óbvio, mas justamente por esse motivo, me fez repensar sobre o que é que eu posso estar deixando passar. Como disse o próprio Si Fu, no Nível Básico do Sistema, cada movimento pode ser estudado de uma maneira muito mais particionada, numa decupagem que parece não ter fim. 



Mestre Sênior Julio Camacho praticando com
 seu Discípulo Claudio Teixeira


Durante o momento voltado para o Nível Intermediário, eu fiz uma reflexão do quanto o equilíbrio emocional e corporal, intimamente conectados desde da estrutura neural que gerência nosso corpo nesses sentidos, são ampliáveis, me fazendo me lembrar como eu travava nesse na exploração desse Domínio, mas dentro do que compreendi das palavras do meu Si Fu,  cima de tudo, me senti compelido reforçar o desejo de buscar cada vez mais o que ainda tenho de potencial para expandir, acima de tudo observando o tanto que conquistei até hoje.

Mas foi um momento muito especial para mim da atividade de hoje, durante a fala dos meus irmão Kung Fu Fu Carmem e Raphael, que busquei extrair do retorno que meu Si Fu os deu, a grande lição daquilo que incansavelmente tento colocar em prática no meu dia dia. Quando ambos relataram suas dificuldades individuais diante da Natureza desse domínio, que exorta o praticante a qualidade da prontidão continua para qualquer ação, é que me lembrei o quanto o Kung Fu vem me ajudando vencer um dos meus inimigos mais íntimos. Minha própria procrastinação. Justamente quando o Si Fu afirmou que no Biu Je não existe desculpas. Pois justamente o treinamento de não se dar tempo de se dar desculpas, é uma das grandes características que permite o praticante não se vitimar, e dessa maneira se permitir reencontrar as condições ideais para uma resposta eficaz, mesmo diante de alguma crise que o desestruture.



terça-feira, 5 de outubro de 2021

Lapidação Kung Fu

O Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu nessas linhas (Líder de Família Kung Fu), tem por costume afirmar que arte diz mais respeito sobre subtrair, que acrescentar. Como por exemplo, ele costuma citar que o escultor é aquele que sabe o quanto retirar da pedra, material suficiente para transformar algo amórfico em algo que tenha sentido para quem admira sua obra. Nesse sentido,, acompanhando hoje através da Internet, uma de suas aulas master direcionadas aos praticantes da Fase Semi-estruturada do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial, pude apreciar em primeira mão, através da sua condução, seu cuidado em apontar os movimentos excedentes que principalmente interferem na marcialidade de cada um de seus Discípulos. 

Mestre Sênior Julio Camacho e seu discípulo 
Claudio Teixeira  no CT Vitrine de Ipanema 

Através de um olhar preciso e atendo, nosso Si Fu hoje nos expôs de maneira simples e objetiva, aquilo que há tempos venho buscando  através da minha dedicação à nossa arte marcial: como tornar nossos movimentos cada vez mais eficazes, sem grandes desgastes e desperdícios. De Maneira que possa extrapolar isso para minhas ações do cotidiano, na constante busca do mais alto nível de Kung Fu a cada decisão que tome, seja na prática, seja no cotidiano. 

Mestre Sênior Julio Camacho e sua discípula
Alice Teixeira  no CT Vitrine de Ipanema 

Como já ouvi falar algumas em nosso meio marcial, Kung Fu é algo que se desenvolve muitas vezes sem sequer se notar, um conceito que se evidencia no simples ato de fechar uma porta com a energia correta para não gerar um barulho desnecessário, ou precisar se repetir a ação por ter deixado ela aberta; assim como de nas complexas tomadas de decisões que a vida nos apresenta, como  se preparar para se aproveitar a oportunidade de se mudar de país para e iniciar uma nova jornada num local distante do ambiente que conhecemos profundamente 

Ter a oportunidade de se apropriar do Kung Fu como um estilo de vida, me permite como praticante explorar todas as nuances das minhas próprias características, tanto as positivas, como as negativas, sem me permitir me dar o luxo de vitimar das minhas escolhas, ou das circunstâncias que num primeiro momento possam parecer desfavorável, tanto na hora da prática quando no dia a dia. Me preparando a sempre buscar em tudo apoio para melhor extrair benefícios reais e tangíveis para minha própria existência. 



quarta-feira, 15 de setembro de 2021

O peso do compromisso

De acordo com o Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu) nessas linhas , a Cerimônia de Discipulado de longe é a celebração mais marcante para ele dentre todos os atos cerimonias numa Família Kung Fu. Eu, Claudio Teixeira, como seu discípulo desde Dezembro de 2013, além de coadunar com essa impressão, gostaria de narrar um pouco sobre minhas próprias percepções a respeito, apoiado nos recentes eventos ocorridos nas ultimas três Cerimônias de Discipulado, e nas duas de Reafirmações Discipular na data de 11 de Setembro de 2021 na Sede do Clã Moy Jo Lei Ou na Barra da Tijuca no Shopping Downtvown. 
Mestre Sênior Julio Camacho sentado e à direita 
seus discípulos Pedro Corrêa e Alice Teixeira 
na Cerimônia de Reafirmação Discipular 


Costumo assumir que para certas questões pessoais, eu tenho uma lentidão absurda em modificar vários aspectos da minha própria maneira de interagir com o todo. Como praticante do Sistema Ving Tsun, demorei demais para compreender num nível mais profundo como ter contato com essa arte marcial tinha bem menos a ver com aprender lutar, e muito mais com desenvolver-me humanamente através da aplicação do Kung Fu no cotidiano. Conheci essa arte marcial em 2002, e entre alguns afastamentos e outros, após onze anos do primeiro contato, eu me decidi aceitar o convite de me tornar discípulo feito pelo meu Si Fu, numa cerimônia em Dezembro de 2013, que hoje garantidamente posso reconhecer que estava lá mais como passageiro, que protagonista da minha própria jornada Kung Fu. Muito mais que abraçar e compreender o que estava fazendo, me deixava levar por perceber que o ruído de fundo que me conduzia tal como um sonâmbulo, me compelia atravessar a porta que me foi aberta, sem saber ao certo o que encontraria do lado de dentro dessa escolha. 

No último sábado, três novos discípulos se permitiram à essa mesma escolha, e ter participado de uma maneira muito objetiva da orientação do processo de reconhecimento discipular dos três, me fez refletir em muito sobre a a evolução da minha própria relação com meu Si Fu desde de o dia da minha própria cerimônia até hoje. E o quanto ter me permitido me expor, tanto em minhas virtudes, quanto nas minhas fraquezas, me propiciou um salto de qualidade na minha própria humanidade. 
Mestre Sênior Julio Camacho e sua esposa
Sra. Márcia Moura, ao fundo seus três mais novos 
Discípulos: Fernando Pinheiro, Antônio Corrêa e Simão Coutinho


Meu Si Fu tem o hábito de dizer que para que a humanidade em cada um de nós se manifeste, há a necessidade de se haver no mínimo duas pessoas envolvidas. E que essa manifestação ocorre no que existe entre essas duas pessoas. O Desenvolvimento humano através do Kung Fu se dá quando a prática do zelo  permite sairmos de nossos próprios anseios para cuidar com atenção de alguém, sendo a relação mestre-discípulo o ambiente perfeito para se desenvolver a marcalidade através da ação estratégica voltada para esse conceito.  

Mestre Sênior Julio Camacho e seu Discípulo 
Claudio Teixeira na Cerimônia de Discipulado 
Dezembro de 2013


Poder ajudar a Família Moy Jo Lei Ou manter-se integrada aos valores nosso Si Fu, de longe tem sido o mais transformador desafio ao qual me deparei como praticante do Sistema Ving Tsun, e poder acompanhar o benefício que o desenvolvimento de Kung Fu promove em todos nós, faz desse desafio um estilo de vida pessoal que tem me dado um retorno pessoal muito grande. Que vem me incentivando cada dia mais renovar a aposta que fiz no dia em que aceitei o convite dessa relação vitalícia, dentro de uma tradição que transpassa tantas gerações de praticantes.



sexta-feira, 10 de setembro de 2021

De volta pra casa.

Após um recesso de 20 meses de recesso, dia 09 de Setembro de 2021 às 19:00, na Sede do Clã Moy Jo Lei Ou,  numa noite repleta de fortes emoções. Promovendo o ingresso de seis novos membros em nossa Família Kung Fu, através do 84o Ato Cerimonial Familiar, assim como uma passagem de nível de nosso Programa Experiencial. 

Ao fundo,Mestre Sênior Julio Camacho
e sua esposa aSra. Márcia Mourana abertura
da 102 Cerimônia Tradicional do  Clã Moy Jo Lei Ou 

Sob a liderança do Mestre Sênior Julio Camacho e sua esposa Márcia Moura, que passarei me referir respectivamente nessas linhas por Si Fu e Si Mo (Líderes de Família Kung Fu), as atividades ocorreram com muita alegria para todos os envolvidos no decorrer dessa noite impar.  O ponto alto de toda emoção envolvida em estar novamente apoiando meu Si Fu naquele momento, após mais de um ano repleto de questões complexas, foi perceber minha Si Mo se contendo em lágrimas na primeira Cerimônia  na nova Sede do Clã, após a delicada cirurgia cardíaca que quase levou-o à morte. De longe esse momento foi em particular uma das emoções mais fortes que senti  em da minha jornada como discípulo. 

Foto Oficial da 102a. Cerimônia Tradicional 
Clã Moy Jo Lei Ou 


Ao termino dos ritos cerimonias, escutei minha Si Mo dizendo ao Si Fu que mesmo sendo a primeira Cerimônia naquele novo espaço, seu sentimento era de estar plenamente em casa, traduzindo para mim muito daquilo que compreendo sobre o espírito peculiar de acolhimento de uma Família Kung Fu, através de nossa cultura apoiada no desenvolvimento da marcialidade através da atenção cuidadosa, que preferimos chamar de zelo.



Mestre Sênior Julio Camacho e sua esposa
Sra. Marcia Moura Camacho 
Foto Oficial de Contive de Discipular


Um dia em si significante como esse que não poderia ser mais completo, ainda reservou para nosso jantar outro momento especial onde três membros de nossa Família Kung Fu foram formalmente convidados para o reconhecimento discipular na Cerimônia que acontecerá dia 11 de Setembro de 2021, em mais um dia que promete fortes emoções para todos os envolvidos, onde espero vocês tanto presentemente na nova Sede do Clã no Downton na Barra, ou on-line e através da Unidade Especial de Acesso Remoto.



quarta-feira, 1 de setembro de 2021

A marcialidade e o desenvolvimento da escuta.

Essa semana efetivamente inaugurou-se uma atividade diferenciada oferecida com exclusividade aos discípulos do Mestre Sênior do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial Julio Camacho, onde através do uso internet, ele passou conduzir diretamente da Flórida em contato com praticantes do Fase Semi-Estruturada Aulas Masters, voltadas tanto para o acesso quanto ao processo de mobilização de nosso Sistema de Kung Fu. Eu Claudio Teixeira, seu discípulo acessando o Nível Superior Final desse processo, pude confirmar a importância estratégica do desenvolvimento de uma "escuta" mais refinada às nuances apresentadas durante toda atividade, me levando reafirmar algumas perspectivas sobre marcialidade que venho construindo nos dezenove anos como praticante, e através dessas linhas, ouso compartilhar minhas impressões subjetivas reforçadas na noite de terça feira 31 de Outubro de 2021.

Aula Master dos Níveis Superiores do Sistema Ving Tsun
conduzidapelo Mestre Sênior Julio Camacho 

Do mais elementar ser biologicamente ativo, mesmo aqueles cuja ciência sequer classifica como seres vivos, aos mais complexos organismos presentes na natureza, é notória a percepção que a agressividade é padrão necessário para a sobrevivência da grande maioria das espécies, seja na comunicação, na alimentação, ou até mesmo na reprodução. 

Mestre Sênior Julio Camacho em demonstração prática com 
seu Discípulo Fernando Xavier 

Gosto de compreender a marcialidade com o mais alto nível de refino desse processo inerente à luta pela sobrevivência e perpetuação de nossa espécie através da preservação daquilo que julgamos ser precioso dentro dos valores pessoais de cada um. Metaforicamente tenho o apreço em comparar que a agressividade seria tal como o carvão, que mesmo tendo a mesma composição molecular do diamante, graças às condições ideais de tempo, temperatura e pressão, reordenam o mesmo elemento gerando um resultado de maior valor, nobreza e raridade. A agressividade presente em todos nós são respostas automáticas aos nosso dois mais primitivos sentimentos diante de qualquer embate, o medo e raiva. E geralmente, essa reatividade pouco elaborada e de baixo valor simbólico nos torna muito mais reféns de nossas próprias ações. 

Mestre Sênior Julio Camacho apresentando parte da 
Listagem de Movimentos do Nível Superior Final
do Sistema Ving Tsun

Já o processo de desenvolvimento marcial, permite que através de uma elaboração estratégica, progressivamente refinada por décadas de dedicação ao desenvolvimento pessoal através de uma Arte Marcial, tornando ser cada vez mais possível o aproveitamento favorável e legítimo de qualquer circunstância, das mais adversas até mesmo às mais favoráveis. Permitindo extrair sempre grande aprendizado em cada evento do cotidiano, de uma maneira diferenciada que quase naturalmente se passa desapercebido para a maioria das pessoas. 

Quando a atividade marcial tem por foco desenvolver Kung Fu como um estilo de vida, da maneira como o processo Familiar do Sistema Ving Tsun nos é legado, é notório que a percepção que se tem da própria vida, e a maneira de se enfrentar as demandas de se manter vivo, se tornam mais eficazes dado uma capacidade de percepção muito mais acurada dos cenários que se configuram em nossas jornadas pessoais.  

Mestre Sênior Julio Camacho conceituando a importância da escuta
acurada no processo do desenvolvimento marcial

Hoje para mim cada vez mais a marcialidade pode ser compreendida acima de tudo como o desenvolvimento de uma percepção mais precisa e realista, que me permite um agir mais adequado, que a natural tendência de se reagir sem saber como aproveitar com dignidade as circunstâncias da luta do dia a dia, independente de como estas se apresentem, que traduz em muito a própria perspectiva de meu Si Fu (Líder de Família Kung Fu) na condução daqueles buscam através do processo relacional sua orientação no inestimável caminho da Vida Kung Fu. 




sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Kung Fu se conta por décadas.

Durante almoço ano passado no restaurante CHON KOU,  por força da celebração do último aniversário de natalício do Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu), aproveitei o momento da minha fala para relembrar que naquele ano de 2020, completava-se dezoito anos que eu, Claudio Teixeira, conhecia o Sistema Ving Tsun de Inteligência Maricial através do seu trabalho como representante do Grão Mestre Leo Imamura, Líder do Grande Clã Moy Yat Sang, ressaltando uma das próprias falas do meu Si Fu, que Kung Fu conta-se por décadas, portanto naquela ocasião poderia ousar afirmar que faltavam apenas dois anos para que pudesse contar minha segunda década como praticante da única Arte Marcial do mundo desenvolvida por uma mulher.  Ansioso por para entrar para seleto grupo de pessoas com mais de vinte anos de prática de Kung Fu. 

Mestre Sênior Julio Camacho, ao fundo Claudio Teixeira
e seus três filhos Pedro, Maria Alice e Ana Luísa

Exatamente hoje, dia 27 de Agosto de 2021, meu próprio Si Fu completa trinta anos de admissão na Família Moy Yat Sang, apontando para entrada em sua terceira década como praticante de Kung Fu. Um volume de tempo que fala por si só sobre a consistente jornada de um praticante dedicado e diferenciado, de um discípulo dedicado que se tornou um Mestre emblemático, e de um Líder de destaque pertencente à uma Linhagem de grandes nomes de destaque no cenário mundial das artes marciais. 

Mestre Sênior Julio Camacho e ao fundo Claudio e Maria Alice 


Nesses trinta anos a história do meu Si Fu se confunde com própria história do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial no estado do Rio de Janeiro, se levarmos em consideração que todos os Centro de Transmissão da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence existentes nesse estado são oriundos do seu próprio trabalho à frente dos Núcleos da Família Moy Yat Sang, antes mesmo do próprio fazer parte da primeira geração de Mestres Qualificados titulados no Brasil. 
Mestre Sênior Julio Camacho na Antiga Sede Mundial em NY

Eu como um dos seus Discípulos responsáveis pela manutenção das "Casas Kung Fu" da Família Moy Jo Lei Ou no Brasil, ou Mo Gun como nos referimos, sinto profunda honra no compromisso de, tal como meu próprio Si Fu um dia cuidou dos Mo Gun da Família Moy Yat Sang no Rio de Janeiro, representar e apoiar a perpetuação e preservação desse legado construído com muito tempo de dedicação, propósito e esmero. Muitas vezes me questionando de como fazer para estar à altura dessa história tão rica cujo marco que celebramos hoje nesses trinta anos de ingresso na Família Moy Yat Sang. 

Mestre Sênior Julio Camacho ao lado do Grão Mestre
Leo Imamura e o Lendário Patriarca Moy Yat

E no mais elevado espírito de integração, convido à todos celebrarmos o expressivo momento, numa reflexão que acima de tudo reforce a importância do lema mais comum do meu Si Fu, que sempre nos conclama seguirmos juntos, dando ênfase que seguir diz respeito à direção, e juntos através do tempo, num propósito de cada um extrair e ofertar o melhor que a Vida Kung Fu sugere e representa para si, por muito mais décadas que estão por vir!







sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

O Kung Fu e a "Memória RAM humana".

Sou Claudio Teixeira, discípulo do Mestre Sênior Julio Camacho,  que passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu) nesse texto.  E hoje vou escrever sobre o riquíssimo encontro que tivemos no último Colóquio on-line com ele, na noite de Quinta Feira, 25 de Fevereiro de 2021, num momento muito especial, onde praticantes e discípulos do Clã Moy Jo Lei Ou tanto nos EUA, como no Brasil e Angola, foram brindados com boas doses do Saber Kung Fu de nosso Si Fu. 


Colóquio on-line, com Mestre Sênior Julio Camacho

Para quem não conhece a natureza de nosso evento on-line, o Colóquio, ao contrário de uma palestra onde o palestrante elenca uma série de temas a serem discorridos,  se configura através dos temas mais diversos  sugeridos pelos participantes e o Si Fu apenas busca um ordenamento para poder contemplar todas as demandas num encadeamento fluídico.  E no primeiro evento do Ano de 2021, usando a ferramenta Zoom,  oito temas bem distintos foram abordados com a maestria ímpar do Líder de nosso Clã, para um público de 19 pessoas presentes. 

De todas  as abordagens, algumas voltadas para conhecimentos gerais, ou específicos, e outras para demandas pessoais dos participantes, a maneira como meu Si Fu traduziu sua compreensão do papel transformador do tecnologia da informação, complementou em muito, algumas das minhas próprias reflexões sobre o tema. Em sua explanação, ele ressaltou que vivemos hoje um momento de profunda transformação do próprio ser humano como espécie, que pode ser comparado ao advento do domínio do fogo graças ter modificado até a nossa alimentação, nos permitindo desenvolvermos potencial de adaptação suficiente para ocuparmos todo planeta. Sendo que no caso da tecnologia da informação, sequer sabemos quais desdobramentos ainda estão por vir, dado que estamos apenas vivenciando o início de uma nova era. 

Projeto Psicológica TV conduzida pelo
Mestre Sênior Julio Camacho

Certa vez ouvi de meu Si Fu que um dos motivos do seu apreço pela psicanálise, profissão que ele também exerce,  vinha dela fazer um caminho contrário do Kung Fu. Sendo este ultimo, uma maneira de enxergar o mundo do todo para parte, e  sua formação como psicanalista aumentava seu potencial de enxergar o mesmo mundo da parte para todo. Tornado ambas suas carreiras complementares em sua própria perspectiva do desenvolvimento humano. Durante suas colocações, fiz um paralelo reflexivo aos temas acima, que me fizeram associar como o domínio do fogo e a tecnologia a informação são complementares em suas essências. Enquanto que para se dominar o fogo, é necessário restringi-lo, a internet a cada dia torna mais irrestrito todo e qualquer tipo de conhecimento. 


Ao fundo o Tutor Claudio Teixeira apoiando a transmissão do
Sistema Ving Tsun à Willian Franco em Luanda (Angola), à esquerda,
conduzido pelo Mestre Sênior Julio Camacho


Esse Colóquio foi muito especial para mim, principalmente graças a assombrosa capacidade do Si Fu conectar pontos como os descritos acima, com outros conceitos que tenho me debruçado para reforçar  muito minha própria busca no desenvolvimento da minha marcialidade através do Sistema Ving Tsun. Temas como o uso da Kung Fu para regular as tensões do dia a dia com precisão, me ajudaram em muito compreender como durante o momento atual onde tanta informação é bombardeada de maneira muitas vezes nociva, torna cada vez mais crucial saber, nas palavras do Si Fu, deixar a informação passar, sem me afetar emocionalmente com elas, capacitando-me cada vez mais para enfrentar os desafios de um mundo onde acumular o saber ao qual se tem acesso se tornou praticamente impossível, dado o volume de informações disponíveis na distância de um clique. Reforçando em muito minha certeza que a sabedoria milenar da marcialidade, praticada através do conceito de feminilização da guerra através do relaxamento e do zelo, me permite enfrentar os desafios da modernidade de uma maneira muito mais eficaz.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Agora você tem Kung Fu!

Sou Claudio Teixeira, Discípulo do Mestre Sênior do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu) nesse texto de hoje vou narrar um pouco sobre uma das personagens mais emblemáticas que conheci em minha trajetória como praticante de Kung Fu; a primeira Mestra Titulada pela Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence nas Américas, e principal inspiradora de uma geração de praticantes, a Mestra Sênior Úrsula Lima, a quem me referirei por Si Suk (Tio mais novo Kung Fu). 

A direita de branco a Mestra Sênior Úrsula Lima participando da inauguração 
do Núcleo Barra da Tijuca dirigido pelo Mestre Sênior Julio Camacho 

Primeiro gostaria de explicar para aqueles que não conhecem nossa arte, que o Sistema Ving Tsun trata-se da única arte marcial do mundo que foi desenvolvida por uma mulher, e isso em si traz diversas peculiaridades na própria transmissão e aprendizado do praticante que torna muito significativo para esse universo termos e nossa história uma Mestra. E quando eu comecei praticar em 2002, fui recebido pela minha Si Suk Úrsula,  uma das principais responsáveis de apoiar meu Si Fu no Núcleo Jacarepaguá, um dos principais Centros de Transmissão do Sistema no Brasil, naquela época. E me lembro até hoje de como me encantava tanto com a capacidade técnica, quanto com a dedicação pela arte da jovem artista marcial, que parecia ter uma energia inesgotável, tanto para conduzir as sessões, como para apoiar o então diretor de Núcleo, meu Si Fu,  gerenciamento do estabelecimento. 

Mestres Sêniores Úrsula Lima e Julio Camacho 

Talvez ela não se lembre, mas ela tanto foi responsável por aquilo que chamamos do meu  Hoi Kuen, que se trata da abertura do acesso ao Sistema, através da passagem da primeira parte da listagem de movimentos do primeiro Nível, o Domínio Siu Nim Tau, antes disso, também foi quem me orientou em todo processo de ingresso na Família Kung Fu. Após isso, também foi ela  quem promoveu minha última sessão desse mesmo domínio num momento muito desafiador de praticar a listagem por quase uma hora sem interrupções. São memórias marcantes no meu desenvolvimento como praticante, mas dessas e tantas outras, a mais significativa que tenho, foi quando ouvi dela a frase que dá título à essa publicação. Ao me dizer que eu tinha Kung Fu, após me mostrar alguns movimentos que na época pouco ou nada me faziam sentido e me pedir para reproduzi-los tendo visto apenas uma vez. Essa sentença reverberou por alguns anos na minha cabeça, sem eu dar a devida significância no simbolismo da preciosidade que existe na entrega desse saber. E num momento onde encontro profundo sentido em muito do que vivi nesse longos anos de minha própria jornada, eu não saberia traduzir em palavras a gratidão que tenho por ela ter me sido quem me abriu as portas para tantas vivências minhas como praticante de Kung Fu. 

Mestre Sênior Julio Camacho em evento no Núcleo Copacabana 
liderado pela Mestra Sênior Úrsula Lima 

Vê-la hoje como uma das mais importantes líderes da Denominação Moy Yat Ving Tsun no mundo, e mesmo assim percebendo o quanto continua sendo inspirada em seguir os passos do meu próprio Si Fu, que também é seu Sihing (irmão Kung Fu mais velho), quando iniciou um novo trabalho em Lisboa em Portugal. Dentro de um processo de internacionalização da sua Família, sempre de forma muito responsável e programada. E poder acompanhar com atenção  jornada dela é um privilégio para todos que compreendem a importância do Kung Fu como ferramenta de desenvolvimento humano. Nessa toada, desejo-lhe nesse ano do Boi de Metal,  que o nome Kung Fu  recebeu de seu Si Fu e meu Si Gung (Avô Kung Fu),  ao ser qualificada como apta para liderar a Família Moy Lin Mah, seja o símbolo de que nunca lhe falte a força do cavalo nem delicadeza da lótus, nesse categórico simbolismo que o equilíbrio entre esses dois elementos simbólicos estejam sempre presentes no trabalho irretocável que desenvolve na preservação de nosso Legado. 



terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

As armas do Kung Fu.

 Sou Claudio Teixeira, Discípulo do Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu nesse texto, termo em Cantonês que pode ser compreendido como Líder de Família Kung Fu e hoje descreverei algumas perspectivas sobre ser um praticante do Nível Superior Final do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial, aspirando ser titulado como um Mestre Qualificado pela Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence. 

Claudio Teixeira praticando o Nível Superior Inicial 
do Sistema Ving Tsun.


O Sistema Ving Tsun se trata de um sistema de movimentos de combate simbólico, conceito que busca traduzir a experiência marcial real ao contrário da simbólica pressupõe a morte. Essa compreensão, permite ao praticante a experienciação, através do acesso aos  seis Domínios de Naturezas distintas e complementares, corporal rica. 

Mestre Sênior Julio Camacho demonstrando 
com os Ving Tsun Do

O último Domínio desse Sistema de Natureza Baat Jaan Do, faz uso de duas facas que atuam concomitantemente, tanto entre ambas, quanto com o próprio corpo de quem as porta. Digo isso porque uma das orientações mais frequentes do meu Si Fu é que eu busque imprimir em cada movimento feito usando tais armas, um alto nível de compromisso com a letalidade que estas têm em potencial. O requisito necessário para tamanha precisão perpassa pela necessidade que arma e corpo ajam com harmonia. 

Acima Mestre Sênior Julio Camacho
Conduzindo a Prática on-line do 
Nível Superior Final do seu 
Discípulo Claudio Teixeira 

Isso me reforça meu apreço pelo termo ocidental arte marcial, do qual busco uma compreensão das atividades de combate corporal num sentido um tanto inverso do senso comum. Normalmente um praticante de artes marciais busca refinar e expressar ao máximo a marcialidade desenvolvida através de sua prática. Enquanto isso, busco refinar meu  próprio Kung Fu principalmente pelo aspecto artístico do meu desenvolvimento. Entendendo como arte a minha expressão pessoal daquilo que tenho em mãos, cada vez que acesso um novo saber do Sistema Ving Tsun, enriqueço-me de matéria prima da mais alta qualidade para produzir mais do melhor que tenho a oferecer.