segunda-feira, 29 de junho de 2020

Kung Fu e a Grande Guerra.

O cotidiano antes dessa pandemia  que redesenhou as relações sociais anteriores ocultava de muitos um inimigo que sempre esteve a espreita em prontidão para nos atacar a qualquer instante. Um adversário paciente que sempre esteve pronto para nos subjugar, mas que graças à correria do dia dia, muitas vezes escapávamos dele sequer sem percebermos como. Num dia comum, tínhamos que acordar, nos preparar para o trabalho, afazeres domésticos, passeio, almoço com a família, cursos, compras, conversas, baladas, atividades físicas, religiosas e outras tantas rotinas ou não de nosso dia a dia que nos traziam inúmeras sensações confortáveis e desconfortáveis de acordo com nossos próprios humores de encará-las. O ruído do universo invadiam nossa existência como suas com suas constantes cacofonias. E nossa atenção se dispersava entre as constantes mudanças de cenários que uma simples ida ao mercado da esquina pode nos proporcionar.



E mesmo um praticante de Kung Fu, altamente focado em buscar se relacionar com tudo e com todos da maneira mais estratégica possível, deixava de prestar atenção de maneira mais nos ruídos dentro de si mesmo e não escutar o que esses queriam nos dizer a respeito de nós mesmos, para aprendermos lidar com a maior batalha de todo ser humano de todos os tempos, que acontece dentro de cada um de nós incessantemente. Emoções e sentimentos que passavam desapercebidos, pensamentos que não dávamos a a devida atenção, desejos que sequer reparávamos de onde vinham,  e todas os componentes de nossas próprias almas muitas vezes deixados em segundo plano pelos nossos afazeres. 
Foi muito comum Assistirmos  e ouvirmos  falar de várias pessoas que tiveram inúmeras questões de não adaptação ao regimes de recolhimento impostos em razão da atual crise sanitária através da manifestação de descontroles comportamentais em função de desequilíbrios emocionais. E é nesse aspecto que quem pode procurar amparo psicológico,  está tendo a oportunidade de lidar com aquilo que entendo como esse inimigo interno que citei acima. Nosso próprio eu que sempre gritou dentro de nós sendo finalmente ouvido "a plenos pulmões", pois a ilusão que tínhamos de controlar nossas vidas se ruiu diante desse momento onde a única certeza que temos, é justamente que tudo é incerto. 

E nesse ponto, o Sistema Ving Tsun através do processo de mobilização interpessoal permite ao praticante identificar através de seus movimentos de combate simbólico, perceber as nuances de nós mesmos nos expondo pela maneira como lidamos com nosso próprio estado mental, através de como nosso corpo reage durante as sequências de movimentos que trabalhamos, em função da busca pela manutenção do nosso posicionamento, timing, energia e distância em referência a nós mesmos.

O Líder do Clã Moy Jo Lei Ou, Mestre Sênior Julio Camacho e meu mentor  (Si Fu), em sua incansável busca de promover nosso Legado, enfrenta hoje o desafio de nos conduzir no constante refino de nossas habilidades de transmitir com alto padrão e qualidade nossa arte como um benefício a ser levado a todos que desejam extrair da marcialidade ferramentas para os desafios do cotidiano, tanto em tempos de paz, ou não, principalmente quando a batalha é a grande guerra que é vencermos a nós mesmos.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

A Espera estratégica e a capacidade de se conformar.

É muito comum um praticante do  Sistema Ving Tsun ouvir repetidas vezes que nossa Arte Marcial nos ensina desenvolver a capacidade de se manter sempre em constante condição de progressão constante diante os desafios do cotidiano.  Mas compreender o quanto é fundamental saber esperar o momento oportuno para se gerar benefício de qualquer circunstância da maneira como ela se apresente é de longe um dos maiores desafios de um praticante de alto nível de Kung Fu.

O Mestre Sênior Julio Camacho, Meu Si Fu, e líder do Clã Moy Jo Lei Ou, trouxe hoje, durante nossa prática conduzida direto dos EUA via internet, a importância do zelo para como régua para todos os posicionamentos estratégicos sobre como devemos agir durante esse momento que colocou todos os países do mundo em condições adversas, e bem distantes de qualquer projeção para o decorrer desse ano. Em uma de suas colocações ele deixou-nos claro que um praticante de Kung Fu não deve seguir tendências sem uma analise constante e atualizada do cenário, sempre levando em consideração não apenas quem, mas como a atenção cuidadosa é primordial para que o benefício de nossas ações sejam constantes e amplos. 

Para tanto, a necessidade da saber como se conformar diante das circunstâncias é fundamental, não no sentido usual da palavra de se tonar passivo diante daquilo que nos é ofertado, mas através de uma leitura precisa e atualizada de cada situação, nos permita tal como a água se amolda naturalmente sobre qualquer superfície ou recipiente onde colocada, aprender não resistir ao que se opõe, tomando a forma do oponente como modelo para explorarmos as possibilidades oferecidas, é a maneira menos desgastante de se permitir que a adversidade nos aponte o melhor caminho de superá-la. 

E nesse ponto a espera estratégia, não como inação, blefe de conveniência, torna-se uma atitude de suma importância a ser refinada no preceder de cada movimento na guerra do dia à dia. Ao se praticar o Nível Superior Final de nosso Sistema (Baat Jaam Do) a busca de se usar duas facas agindo em tamanha sintonia uma com a outra e com todo o próprio corpo, nos desafia empreender inúmeras ações de maneira sintética exigindo-nos uma atitude mental de atenção e relaxamento suficientes, para que não se deixe nenhuma brecha que possa nos expor em momento algum, nos permitindo desenvolver a máxima eficácia em estar pronto para que a tomada de decisão seja sempre no momento oportuno em total acordo e precisão com aquilo que cada situação exige.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Etiqueta Marcial.

O grande desafio de um praticante de do Sistema Ving Tsun de Inteligência marcial é se manter o alto nível de sintonia com o aquilo que na cultura de nossa Família Kung Fu, Liderada pelo nosso Mestre Sênior e meu Si Fu Julio Camacho, chamamos de Vida Kung Fu.

Um praticante no Nível Superior Final tem como missão ser no mínimo legítimo com seu próprio nível de desenvolvimento pessoal. Nessa etapa de nossa jornada dentro do Sistema, não existe mais como dissociarmos nossa capacidade técnica de nossa conduta pessoal. Pois a maneira como nos nos comportamos, para o bem e para o mal, são evidenciadas e expostas na maneira que manuseamos as facas (Ving Tsun Do), e vice e versa. Como se postura mental necessária transformar armas e corpo numa só coisa, não nos permita mais nos vitimar de nossas vulnerabilidades comportamentais. Desculpar-se pelo desmazelo com a própria aparência pessoal por estarmos vivendo um momento de isolamento nos tira do exercício de conexão com outro ser humano, mesmo quando o contato presencial não nos é permitido.

Não exercitar-se na manutenção da próprio cuidado com a aparência, pode ser um forte indício de  dessintonia humana, isso para um praticante de alto nível de Kung Fu representa o risco eminente de perda da capacidade de lidar com um instrumento cujo signo da morte encontra-se na própria essência, expondo-o morte simbólica da falta de eficácia em sua capacidade de lidar e evoluir-se dentro das possibilidades tanto da prática marcial, quanto simplesmente


de lidar com seu cotidiano.