segunda-feira, 27 de julho de 2020

Revisitando com Kung Fu

Kung Fu Life Style
Me lembro que,  quando o Mestre Sênior Julio Camacho, meu Si Fu, me promoveu ao Nível Superior Final da Fase Estruturada do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial, o Biu Ji, ele me disse que assimilar a natureza desse Domínio, seria equiparável uma Faixa Preta noutra Arte Marcial. Confesso que ao concluir o acesso à essa parte do Sistema, eu nem de longe me sentia um faixa preta.

Passei anos com essa sensação estranha sobre o Biu Ji, algo que não encaixava no desenvolvimento do meu Kung Fu. Como se me faltasse algum conhecimento que eu não tivesse sido me transmitido, ou alguma deficiência minha em compreender melhor o que me fora passado.

O que o futuro nos reserva?
Nesse sentido, percebi que toda vez que me reconhecia sempre "em estado de  Biu Ji", quer dizer, constantemente em condição de emergência pela minha personalidade voluntariosa, intensa e porque não estabanada. Aquilo que eu pensava ser a um componente desse Nível, era uma leitura errônea da proposta que o Domínio me trouxe. Por mais escancarado que a própria tradução termo que o nomina me dessa claro indício do que me faltava compreender. Eu não prestei atenção suficiente que o significado que faz uma alusão à agulha da bússola de alta precisão, não falava sobre a minha capacidade de voltar ao meio, ao centro, ao prumo, aos objetivos, ou qualquer outra máxima que possa dizer sobre a Linha Central. Mas sim uma óbvia referência daquilo que não deveria me desviar, e como eu deveria fazer para me manter firme nessa direção sem forçar, nem me esforçar, apesar de todas as instabilidades que a vida me traz


Recentemente, buscando um entendimento mais profundo do Signo de Corte do Nível Superior Final, ao qual estou acessando, eu comecei desenvolver a idéia que o simbolismo de morte atribuído às misteriosas Facas do Ving Tsun (Ving Tsun Do), muito mais que se re referir à letalidade das armas diante do outro, exige de de mim como praticante, uma ressignificação interior ainda não experimentada em minha Jornada Marcial. Como se fosse necessário, antes de qualquer coisa, que eu matasse uma parte de mim, para que permitisse algo nascesse em seu lugar. Mas qual parte deve ser "sacrificada" em benefício do meu Eu Kung Fu?

A resposta está cada vez mais clara, de como posso usar toda o Saber que me é transmitido pelo meu Si Fu, nesse nosso compromisso de uma Vida Inteira, para me alcançar aquilo que me prometeram quando pus os pés pela primeira vez num Núcleo de nossa Linhagem: ter em mãos todas ferramentas necessárias para alcançar meus objetivos e defender meus valores.



domingo, 26 de julho de 2020

Luta do dia a dia.

Kung Fu Life Style

A Milenar Sabedoria do Kung Fu pode ajudar resolver nossos problemas?
Através do Legado que me é transmitido pelo Mestre Sênior Julio Camacho, Titulado pela Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence busco me sintonizar cada vez mais ao conceito de Vida Kung Fu.

Faz algum tempo que tenho buscado soluções práticas e simples para meus desafios do cotidiano, dentro da maneira que meu Si Fu gosta gosta de dar significado ao termo Kung Fu:  "a habilidade de gerar benefício em qualquer circunstância  com legitimidade".



Fotos Tradicional Si-To

O  contato com os preceitos da cultura clássica chinesa, me fez compreender que  Kung Fu como algo muito além que uma Arte Marcial, mas sim um estilo de vida. E que me permite desenvolver minhas habilidades através de um trabalho inteligente. Usando as ferramentas que o Sistema Ving Tsun de Inteligência  Marcial me disponibiliza para mudar comportamentos pouco estratégicos e nada eficazes, assim como ampliar a capacidade de lidar com as adversidades do cotidiano. 


Claudio Teixeira 

Em razão disso, decidi desenvolver um trabalho nas redes sociais onde pretendo, junto alguns de meus irmãos Kung Fu levar esse saber apoiado em nosso estilo de vida, com inúmeras curiosidade, segredos, resenhas e entrevistas,  outros temas variados que muitos jamais imaginaram que pudessem ter conexão com a Filosofia de nossa Arte. 

Na semana que vem contarei  uma breve história de Vida Kung Fu que aconteceu comigo e meu Si Fu. Quando estávamos inaugurando o  Núcleo Ipanema, do qual sou Diretor, portanto virei a última noite em claro cuidando dos mínimos detalhes, para o evento.

Por ter deixado muitas coisas para última hora, improvisei  pequenos ajustes, como colar a tampa da caixa de disjuntores com dupla face, usar fita isolante para dar alguns acabamentos que deveriam ter sido pintados, e prender quadros com dupla face, isolar a porta do banheiro que estava transformando numa pequena cozinha, esconder  o buraco onde ia colocar uma TV. Tudo da maneira mais discreta e tão imperceptível, que fiquei orgulhoso do meu trabalho. Até  porque ninguém notou nada disso durante a inauguração. 

Loja onde inauguramos o Núcleo Ipanema 
Só que o  olhar atento do meu Si Fu encontrou quase todos esses recursos que eu tinha certeza que eram imperceptíveis. 

Passado-se alguns dias ele me disse algo que começou mudar minha maneira fazer as coisas, inclusive me inspirou abrir um Canal no Youtube, e demais redes sociais para falar melhor sobre os benefícios de ser um praticante de Kung Fu.

Contarei no próximo artigo como através do "Caminho da Pequena Ideia" pude aumentar a excelência e eficácia dos meus resultados, reforçando a máxima que o Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial é um Estilo de Kung Fu tão eficiente, que serve até para lutar.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Plena entrega.

Si Fu cercado por sua Mãe e pelo SI Gung
O desafio de se chegar ao Nível Superior Final da Fase Semi-estruturada do Sistema Ving Tsun de Inteligência Marcial(Baat Jaam Do), requer do praticante algo além da pura persistência por longos anos dentro de da transformadora jornada da Vida Kung Fu.

Eu, meus filhos e meu Si Fu
Certa vez o mestre Sênior Julio Camacho, ao qual me refiro por Si Fu nessas linhas, disse-me que um praticante ainda é imaturo quando se afeta emocionalmente com um golpe, seja ele contra, ou a favor. Que perder tempo celebrando ou reclamando da vida não é a postura de quem busca para si a responsabilidade da mestria e da liderança.

Compreender que a proposta de se desenvolver como ser humano pela perspectiva do Kung Fu não é um fim, como chegar ao estágio final de uma graduação, mas sim um meio, onde o processo é muito mais importante que o resultado, não é nada fácil para a natureza narcísica de alguém que aprende transformar o próprio corpo numa arma. Ser Legatário de nosso Sistema, requer uma maturidade conceitual incomum num mundo onde o poder muitas vezes se coloca acima do dever.



Hoje cada vez mais compreendo que o papel de um Si Fu passa distante demais do que imaginava ser, quando iniciei minha prática, e se capacitar para alcançar esse patamar está muito além do conhecimento sobre nossa Arte Marcial em todos as suas premissas.

Meu Irmão Kung Fu Thiago sendo titulado 
A entrega de se dedicar a própria vida em apostar no conceito de humanidade  como matéria prima de constante refinamento, através da aposta em relações vitalícias que o compromisso entre Mestre e Discípulo, (Si Fu To Dai), vem se tornando para mim o caminho que me permite buscar a plenitude como indivíduo.

Hoje compreendo cada vez mais que estar seguro de algo, é mera ilusão de um controle sobre a vida que nenhum de nós temos. Sequer sei se amanhã estarei vivo, mas uma coisa tenho certeza, do meu mais sincero desejo de continuar legando a preciosidade que me transmitida pelo indescritível caminho que é a Vida Kung Fu.


segunda-feira, 13 de julho de 2020

Como aprender Kung Fu no escuro.



Ontem no dia 13 de Julho de 2020, a Linhagem Moy Yat do Sistema Ving Tsun de Kung Fu teve uma noite de gala na Internet. A semana de Celebração da Titulação da  "Pequena Notável"do Grade Clã Moy Yat Sang promoveu um momento ímpar onde os dois Mestres Sêniores Julio Camacho e Ricardo Queiroz, foram entrevistados pela aniversariante. A Líder da Família Moy Lin Mah, que celebrava dez anos de sua própria titulação e fundação de sua própria Família Kung Fu.

Mestra Úrsula Lima, minha querida Si Suk (Tia Kung Fu), ao qual já dediquei emocionadas linhas nessa página, sempre me foi uma das referências mais marcantes da minha jornada Kung Fu. Responsável na época de promover a minha introdução ao Sistema Tradicional, quando ainda era Tutora, é sem sombra de dúvidas uma artista marcial de primeira grandeza, através de sua dedicação e obstinação, carinhosamente relatada por seu irmão mais velho durante entrevista, Si Suk Queiroz, como chatice por sua caprichosa curiosidade dos tempos de praticante.

Durante a extrovertida conversa on-line que ela promoveu unindo Líderes e praticantes das três maiores Famílias do Grande Clã no Rio de Janeiro, seus antigos Tutores, Meu Si Fu(o Mestre Sênior Julio Camacho) e meu Si Suk, narraram saborosas histórias do passado dessa grande mulher.

O que mais me chamou a atenção é que a aniversariante, numa demonstração de zelo e referência aos seus Si Hing (Irmãos Kung Fu mais velhos), tentou conduzir uma atividade que colocasse-os como evidência. Obviamente que ela foi frustrada, quando ambos conseguiram habilidosamente transformar todas as perguntas em curiosos relatos da própria trajetória dela.

Mas de todas as narrativas, a que mais me tocou, foi quando meu Si Fu narrou, que quando ainda era tutor dela, em sua inexperiência em representar o hoje Grão Mestre Leo Imamura, reconhecendo que pegava duro com a jovem praticante, criava desafios inusitados, como ensiná-la a primeira parte da Listagem de Movimentos do Nível Superior da Fase Estruturada (Biu Ji), Domínio que já foi considerado o suficiente no passado para se ser um Líder de Família, num dia que tinha acabado a luz. E ele mesmo percebendo que tinha sido severo, nos contou que a obstinação da minha Si Suk fez com que ela superasse o desavio.

A primeira Mestra Titulada na América Latina é um exemplo para todos os praticantes de Artes Marciais de qualquer estilo, uma pessoa cuja referência hoje ultrapassa o Atlântico em seu novo desafio em levar nosso Legado no caminho contrário do descobrimento do Brasil em Portugal. Sorte de nossos patrícios de além mar, terem a honra de aprenderem através dessa guerreira de fibra, a sensibilidade da única Arte Marcial do Mundo criada por uma mulher.


segunda-feira, 6 de julho de 2020

Maturidade Kung Fu

O Sitema Ving Tsun, na maneira como é transmitido no seio da Família Jo Lei Ou, liderada pelo Mestre Sênior Julio Camacho , que por força de nossa tradição da Cultura Clássica Chinesa  me refiro  respeitosamente pelo termo Si Fu ( Pai Kung Fu), não promove seus membros de Nível por nenhuma espécie de teste de conhecimento, prova física, competição ou quaisquer outro modelo de avaliação tão necessários pelo entendimento da lógica Ocidental de permitir acesso ã novos conhecimentos dentro de um Sistema Educacional aos moldes comuns.

Dessa forma, cabe única e exclusivamente ao meu Si Fu, mesmo que por sugestão dos Si Hing (irmãos mais velhos Kung Fu) convidar qualquer membro inscrito em nossos Centros de Transmissão  ser convidado para avançar no avanço do Sistema VIng Tsun,  no acesso à Família, ou no mais importante de todos esses que se trata do processo de Reconhecimento Discipular. 

Aos que não entendem essa dinâmica tão peculiar da Linha Moy Yat, fica a pergunta de como se promover alguém sem se apoiar totalmente em critérios objetivos  avaliar o mérito do praticante?

E nesse ponto que entra a importância dos processos relacionais de uma Família Kung Fu, onde um olhar que vai muito além da técnica, ou habilidade desenvolvida do praticante são primordiais para que esse convite ocorra. 

Quando assumi a Direção do Núcleo Ipanema, meu Si Fu me orientou que o desejo de progredir no acesso ao Sistema sempre é muito mais importante que o conhecimento adquirido, pois numa relação vitalícia, temos todo o tempo de nossas vidas para nos aprofundarmos num conhecimento que nunca se esgota em cada aspecto que nos debruçamos em função do desenvolvimento de nosso Kung Fu.

Dessa maneira, hoje como praticante do Nível Superior Final (Baat Jaam Do), aquele cuja a conclusão em si aponta para que eu seja considerado apto liderar minha própria Família Kung Fu, meu Si Fu ressalta que um dos aspectos subjetivo fundamental para concluir esse Domínio, é justamente a maturidade. Pois essa por si só puxa as demais características necessárias para se tornar um Mestre Qualificado da Denominação Moy Yat Ving Tsun.