sábado, 20 de abril de 2019

Conversa de Mogun em Ipanema

Si Fu disse certa vez que amigos tem o hábito de se sentarem nos bares para longas conversas despropositadas que transpassam os mais diversos assuntos de maneira despretenciosa e desconexa. A natureza de um bom bate papo expõe em sua espontaneidade toda nossa incapacidade de atenção ao outro. Não que não seja prazeiroso momentos descontraídos nas conversas informais de nossos momentos de lazer. Mas entender a fragilidade ao qual nos expomos com quando afrouxamos a atitude mental nessas situações é talvez uma excelente maneira de se fazer um contra ponto ao que acontece em nossos Colóquios com o Mestre Sênior Julio Camacho. 
Si Fu Julio Camacho e Si Mo Marcia Moura em Ipanema

Nessa terça feira o Núcleo Ipanema, casa da Família do meu Si Fu Jo Lei Ou, teve a honra de promover mais um dos Instrumentos Estratégicos da Programação Anual. O Si Fu Júlio Camacho acompanhado da Si Mo Márcia Moura chegaram Juntos ao meu Irmão Kung Fu e Diretor de Núcleo do Núcleo Barra André Almeida. Eu e Pedro Patrick coordenávamos a atividade de maneira entregar ao público presente um evento, que por mais intimista que tenha sido, dentro dos altos níveis de excelência que nossa Instituição propõe. 

Duas gratas surpresas trouxeram um responsabilidade maior ao pequeno evento, a presença de meu querido irmão Kung Fu e um dos mais influentes Discípulos do Mestre Sênior Julio Camacho, que por hora está afastado reorganizando sua vida de recente pai, Carlos Antunes, que trouxe sua esposa Luciana e a adorável e irrequieta filha Alice. Assim como a visita de Matheus Azevedo e Guilherme Serrão, praticantes do Núcleo Freguesia que é dirigido pelo Mestre Felipe Soares, meu "tio Kung Fu" que me recebeu em Jacarepaguá antes de ser titulado líder de sua própria família. 

Si Fu Julio Camacho no Colóquio ao Fundo Carlos, André e Ismael
Meu Si Fu Júlio Camacho abriu o Colóquio com uma breve explicação sobre a os Graus Relacionais de nossos Instrumentos Estratégicos e na sequência explicou aos participantes a natureza da palavra colóquio, que se trata de conversar junto. Mas que dentro da proposta do praticante de Ving Tsun, essa conversa passa muito distante da frouxidão de pensamento do dito acima. Na sequência solicitou aos participantes que propusessem temas, que iam surgindo dentro das demandas pessoais de cada um, como sobre a influência das religiões na sociedade chinesa, ou os custos e benefícios ocultos de ser um líder de família Kung Fu e outros demais assuntos, os quais com a peculiar maestria, meu
Si Fu ia interligando-os pelo prisma da lente Kung Fu, e nos estimulando à participação direta da conversa com mantendo o foco no assunto e na proposta do outro. 

Foto Oficial Colóquio Com Mestre Julio Camacho Nucleo Ipanema 16 de Abril de 2019
Há muitos anos quando me tornei praticante de Ving Tsun, eu imaginava em minha ignorância que para ter a habilidade que via em mestres como o meu ou no Grão Mestre Leo Imamura, eram necessários horas à fio em dedicação corporal intensa que eu jamais teria tempo ou disposição para tal. Hoje no amadurecimento de minhas perspectivas dentro da minha jornada no Sistema. Eu tomo cada vez mais como verdade que a prática se dá muito mais nas minhas ações cotidianas e na forma como torno meu pensamento alinhado e sintonizado do todo para parte. Ser Diretor de uma das unidades do Clã Moy Jo Lei Ou e poder auxiliar meu Si Fu proporcionar eventos que desconstroem essa visão distorcida do Kung Fu sobrepondo com uma proposta de que se pode aumentar a eficácia de uma arte marcial através de eventos tão simples como uma aparente conversa entre amigos, me traz muita alegria e realização.


De volta às aulas.

Fabiano Silva em sua dinâmica e intensa aula.
No fim de semana de 13 de Abril de 2019 tive a honra de participar do primeiro seminário de alinhamento estratégico conduzido pelo meu irmão Kung Fu Fabiano Silva. E pude ser testemunha da concretização de um velho desejo do meu Si Fu Julio Camacho, que sempre incentivou-nos em compartilhar conhecimentos em benefício de nossa Linhagem. Essa cultura, naturalmente propagada através do seu exemplo, aparece de maneira implícita em nas ações de nosso Clã, cada vez que nos reunimos para ações voltadas diretamente para o funcionamento das nossas atividades em função do Kung Fu. Cada esforço que fazemos em manter nossa estrutura funcionando e funcional, de alguma maneira, expõe saberes individuais, muitas vezes apoiados diretamente nas habilidades que desenvolvemos como praticantes de Kung Fu. Dessa vez, a diferença foi que meu irmão Kung Fu, com muito esmero, atenção e dedicação, disponibilizou seu precioso saber em gestão, durante doze horas de plena manifestação intensa de atenção cuidadosa, ao nos colocar diante das minucias do desafio de se gerenciar empresas.


Si Fu Julio Camacho e a visão de seu Clã.
Num processo de alto nível de transmissão, abordamos as mais consolidadas ferramentas de mercado voltadas para o assunto, assim como os mais sólidos e e experimentados conceitos que separam sucesso e fracasso no processo gerencial. Uma aula atípica para os padrões de inúmeros cursos aos quais já participei. Normalmente o saber, nessa proposta de ser transmitido de maneira volumosa em pouco tempo, vem nos empurrado como uma comporta aberta de um represa inundada, onde mal se consegue encontrar a superfície por onde se começar a própria salvação, e a única preocupação do aluno é em tentar adivinhar o que cairá na prova. A maneira ao qual Fabiano nos tocou com seu conhecimento, muito diferente disso, foi bem mais na frequência daquilo que entendo como o mais alto nível de Kung Fu. Pois tive a impressão que terminei o dia com muito mais dúvidas que o comecei, entretanto portando perguntas precisas para me guiar.

Foto Oficial Evento de Fabiano Silva e Liderado pelo Mestre Sênior Julio camacho 


Após digerir com muito cuidado o precioso fim de semana, vejo hoje com muito mais clareza incontáveis erros do meu passado em minhas tentativas bem sucedidas, ou não de empreender nessa selva nacional. Mas convicto que muito do que sempre me faltou era não saber como moldar-me estrategicamente às circunstancias dos meus próprios projetos. Nesse aspecto esse sim de semana especial me despertou num nível bem mais profundo, o óbvio que se um praticante de
Kung Fu sempre me explicitou: estratégia é objetivar o fluir da sabedoria em sintonia com minhas ações.


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Um convite muito além do especial.

Espadas usadas no ultimo Nível.
Quando  comecei, já se vão algo em torno de dezesseis anos, minha jornada de vida no Ving Tsun , pegando carona no sucesso do no nome da página do meu Sihing  o Si Fu Thiago Pereira, como todo praticante imaturo, eu olhava para o fim do Sistema como objetivo, e sonhava que a conclusão o Nível Superior Final me traria a tão almejada habilidade corporal que tanto admirava em meu hoje Si Fu Júlio Camacho.



Mogun de Jacarepaguá 
Cheguei ao Mogun de Jacarepaguá, através de um praticante que estava na época acessando o Biu Ji, e pretendia que as transmissão fosse feita em meu domicílio, na época na Ilha do Governador, pois alegava que a distância da minha casa e do meu trabalho na cidade de Duque de Caxias inviabilizava uma frequência regular. Em pouco tempo percebi que mera pratica das técnicas nem de longe eram suficientes para me desenvolver dentro daquela estranha arte "inventada" por uma mulher, e seus aparentemente nada marciais exercícios.  Parecia que algo a mais era necessário, sem saber direito do que se tratava, mas já sentia uma forte impressão que tudo aquilo era uma poderosa ferramenta de desenvolvimento humano. Mas de fato era uma tola fé que um dia poderia estar num nível compatível ao meu então Sihing Júlio Camacho, que na época ainda não tinha completado os seis níveis que lhe permitiam formar sua própria família. Mas a maneira como ele, raramente, expunha seus impressionantes movimentos com eficácia e elegância,  me animava seguir adiante.

Mesmo tendo acessado na família Moy Yat Sang, e alcançado o Nível  Intermediário, minha ponte para dar segmento me parecia por demasia acidentada. Um série de problemas pessoais, familiares, doenças e crises me conduziram à errônea escolha de me afastar da continuidade nessa jornada. Na época se falava muito que o Cham Kiu era a fase do equilíbrio, e hoje pela luz da perspectiva do meu crescente entendimento que a verdadeira experiência marcial se dá da vida para a prática, e não o contrário como sempre acreditei, admito que tudo que me faltou na época era o tal do equilíbrio.
Meu Si Fu coordenando a prática

Quando retornei, há nove anos atrás, acessei o Biu Ji, mais uma vez me permiti que a peças pregadas pela vida me tirassem a linha central do meu propósito, e novamente graças a minha irregular frequência, já na família Moy Jo Lei Ou, não me permiti um consistente avanço, e muito menos uma a tão necessária via de mão dupla em razão do Kung Fu que já havia desenvolvido, através da minha disponibilidade para a tão necessária conexão com meu Si Fu em função de ampliar meus horizontes referentes ao que chamamos de Vida Kung Fu.

Após meu Baai Si (Cerimônia de discipulado) em 2013, me lembrando bem do que compreendi das palavras do meu Si Fu, apesar nada ter mudado ao ter me tornado Discípulo de XII geração na denominação Moy Yat Vin Tsun , depois do ato tudo mudaria, obviamente dependendo de mim. E de fato mudou, meu estreitamento relacional, após algumas viagens pelo mundo acompanhando o Mestre Sênior Julio Camacho e o apoiando da melhor maneira que pude na sua incansável dedicação à preservação e divulgação de nosso Legado que nos foi transmitido desde Yin Ving Tsun até sua Décima Terceira Geração na figura dos três discípulos do Mestre Thiago Pereira.
Um dos momentos mais emblemáticos da minha jornada onde me tornei Discípulo do Mestre Sênior Julio Camacho

Hoje como Diretor do Núcleo Ipanema, Membro do Conselho de Discípulos do Clã Moy Jo Lei ou, participante ativo na estruturação da Gestão Integrada, e dedicado ativamente ao projeto de internacionalização dos Núcleos da nossa família, eu me sinto inenarravelmente emocionado e honrado, e acima de tudo agradecido ao meu Si Fu Júlio Camacho, em ter sido por ele formalmente convidado ao acesso ao Domínio Baat Jaan Do nesse domingo de 05 de Fevereiro de 2018, para a LX Cerimônia Tradicional da Família Moy Jo Lei Ou, a ser realizada na data de Sábado 18 de Março de 2018, em concomitância com o Aniversário do Grão Mestre Leo Imamura, inauguração da sede do Clã Moy Jo Lei Ou e Lançamento oficial do Programa Fundamental. Garantidamente sem mais aquela sensação imatura que carreguei em todas minhas transições nos sistema de não estar pronto para tal desafio, pois de fato, completar mais essa Fase e ultima dessa fantástica ferramenta evolutiva deixou de me ser um mero objetivo, mas apenas uma natural consequência da minha presença dentre essa pessoas especiais que praticam essa arte marcial que mudou completamente minha maneira de encarar e agir nessa vida.

Trecho do Convite Oficial do Ato Cerimonial onde meu Si Fu Júlio Camacho faz menção ao meu nome e acesso.





terça-feira, 21 de novembro de 2017

Bastidores cerimoniais.

Irmãos Kung Fu Claudio Teixeira, Thiago Pereira e Rodrigo Moreira.
Quarta Feira dia Dois de Novembro, meu Si Hing  (irmão Kung Fu mais velho), o mundialmente famoso Mestre Thiago Pereira, me presenteou com o honroso convite de ser coordenador do Primeiro Baai Si (Cerimônia de Discipulado) de Décima Terceira Geração do Patriarca Moy Yat, celebrado sob sua direção na presença de Clã Moy Jo Lei Ou e convidados. Durante uma agradável manhã de feriado de finados, em reunião com os três discipulandos, pude participar da consolidação do nascimento de um sonho, onde Moy Fat Lei ( Nome Kung Fu do Mestre Thiago Pereira) seria inscrito efetiva e definitivamente como Si Fu de Décima  Segunda Geração na linhagem do Sistema Ving Tsun.










Rodrigo Moreira como apresentador formal dos discipulandos de 14ª Geração.
Sob os olhares de representantes do Clã Moy Jo Lei Ou, do Grande Clã Moy Yat Sang e demais convidados, eu confesso que senti um tanto do peso da responsabilidade de falar para um público tão distinto, e durantes os preparativos finais do Salão de Apresentação, entre acertos do roteiro, falas, posicionamentos de móveis e equipamentos, presumo que devo ter deixado transpassar tal desconforto emocional, quando meu Si Fu Julio Camacho em fez um discreto gesto me alertando para reduzir a formalidade da minha postura. O que causou mais insegurança ainda, porque de fato minha atitude mental estava toda estruturada em razão da  formalidade, e depois dessa solicitação eu tive que me realinhar no decorrer das atividades cerimoniais.


Mestre Thiago Pereira coordenando os convites do jantar
Após a belíssima cerimônia narrada em detalhes, como eu jamais conseguiria, na página  A Journey Of Ving Tsun Life  , meu irmão Kung Fu reuniu todos aspirantes a acessarem na família Moy Jo Lei Ou e futuro discipulandos do Si Fu Júlio Camacho para prepara-los para o convite que  seria feito no jantar. Um fato interessante pois essa atuação dinâmica de bastidores fazia o Mestre Thiago Pereira atuar em dois campos o tempo todo, numa preocupação de mobilizar indiretamente sua família como Si Fu e noutra de ser mobilizado como Todai do seu próprio Si Fu dentro do mesmo evento.


Eu, Alice Teixeira e Mestre Julio Camacho
Durante todo o jantar, tive o privilégio de poder observar como meu irmão Kung Fu e meu Si Fu se emocionaram nas homenagens, tanto em razão dos convites feitos para novos discipulandos e membros do Clã Jo Lei Ou, quanto nas falas dos membros da família Moy Fat Lei. E ao final  ainda tivemos tempo para a tradicional foto Si Fu Todai no corredor do restaurante com minha irmã Kung Fu mais nova mais especial (minha filha Maria Alice). Depois tivemos a pesada missão Kung Fu de  devorarmos uma mesa repleta do doce preferido do Mestre Thiago Pereira, suculentos e saborosos quindins feitos encomendado especialmente pelos seus zelosos e agora então discípulos.


Três primeiro Discípulos de Décima Terceira Geração da Linhagem Moy Yat na América Latina. Da esquerda p/ direita: Vitor Sá, Jaqueline Tergolina e Keith Markus. Sentados, estamos eu , Si Fu desses três , e meu Si Fu, Si Gung destes três.


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Matrix no Cine Kung Fu

Mestre Sênior Julio Camacho explanando suas considerações 
Sexta feira passada no dia primeiro de Setembro, durante a visita do Grã Mestre Leo Imamura ao Rio de Janeiro, como instrumento do Programa Moy Yat Ving Tsun de Inteligência Marcial, promovida pelo Núcleo Barra sob a supervisão do mestre Julio Camacho. Dentre as inúmeras atividades programadas para um fim de semana repleto de interações em mais alto nível de relacional em todas suas manifestações marciais ou não, foi-me deveras encantador participar do Cinemarcial, onde fizemos uma imersão pelo prisma do Kung Fu em três cenas selecionadas do filme Matrix (1999), promovendo uma nítida perspectiva dessa obra de arte do Cinema Moderno, revelando como um olhar estratégico pode dar uma nova simbologia ao roteiro em referência à própria vida .

Após avaliarmos criteriosamente três cenas fundamentais do filme, a escolha, pudemos promover um amplo debate onde a ótica marcial de nossa prática do Ving Tsun foi exaustivamente discutida dentre todos os participantes com explanações de altíssimo conteúdo e percepção tanto do meu Si Fu Júlio Camacho quanto do meu Sigung Leo Imamura.

Pudemos perceber como o Kung Fu nos é um poderoso elemento para que possamos nos libertar de nossa "Matrix" cotidiana, através de uma leitura acurada dos cenários da vida de uma maneira mais profunda que a visão desapercebida, de quem se submete à rotina sem parar para observar suas nuances. Assim como Neo foi conduzido por todo filme até sua "iluminação" através do exercício das suas escolhas conscientes, a relação Si Fu Todai nos permite experimentar uma mergulho dentro dos próprios anseios em busca de uma plenitude maior própria consciência.



terça-feira, 5 de setembro de 2017

Sistema Ving Tsun

Mestre Sênior Julio Cesar Camacho 
Julio Camacho é Mestre Senior da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence, uma das mais respeitadas organizações do mundo na transmissão e preservação do Sistema Ving Tsun (aka Wing Chun, Wing Tsun) mundialmente conhecido, entre outras razões, por ter sido a arte marcial escolhida por Bruce Lee. É Em 1992, ano que inaugura sua jornada como transmissor de Ving Tsun Kung Fu, recebe o título de Tutor, qualified to teach the Basic Level of the Ving Tsun System, pela Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence. Neste mesmo ano, participa na cidade de São Paulo, do comitê de organização dos Seminários Internacionais com Patriarca Moy Yat e Grão-Mestres Leo Imamura (SP) e Miguel Hernandez (NY). Em 1993 participa de todos os cursos de professorado da MYVTMI, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, habilitando-se para a transmissão do Intermediário do Sistema Ving Tsun. Ano em que assume cargos gerenciais no Núcleo Rio de Janeiro.

O Ving Tsun é um sistema de Kung Fu. Atribui-se à Fundadora Yim Ving Tsun a sua integralização em seis domínios - Siu Nim Tau, Cham Kiu, Biu Ji, Mui Fa Jong, Luk Dim Bun Gwan e Baat Jaam Do - representados por listagens de dispositivos corporais de combate simbólico.
Carimbos referentes aos Domínios do Sistema Ving Tsun 
O emprego de dispositivos corporais para a constituição das listagens de um sistema, visando o desenvolvimento do Kung Fu, parece natural se for considerado que a experiência corporal é a mais próxima, a mais íntima, a mais direta e aquela que se pode menos duvidar para frustrar a atividade dicotômica do pensamento que petrifica a fluidez de uma tendência e impede que se perceba os sinais ínfimos da transformação que está por vir. Por sua vez, desde os tempos remotos, os chineses valorizam a simbologia do combate como uma experiência de premência de morte que potencializa a capacidade de dois pólos opostos se complementarem.
Concebidos a partir de uma conduta feminina, chi jit, os dispositivos corporais de combate simbólico, chamados de jiu sik, possibilitam desenvolver uma capacidade de adaptação que transforma o adversário no próprio potencial a ser explorado em um conflito.
Execução da listagem.

A determinação de seis elementos, em vez de limitativo, nesse contexto, pode ter um significado de algarismo extremo, que explora todas as possiblidades de mudança. Desde os tempos mais remotos, os símbolos foram associados a números. Ao associar os seis domínios do Sistema Ving Tsun com os hexagramas do Yi Ging, pode-se retomar a antiga ideia de associar um hexagrama a um sistema.  O ordenamento existente entre os seis domínios do Sistema Ving Tsun , além de apontar a evolução de sua complexidade relacional, indica também a distinção de quatro modalidades – um conjunto de homogêneos, composto pelos três primeiros, cujos nomes não explicitam a modalidade a que pertencem – o kuen faat -, a não ser por ausência de elementos externos; e um conjunto de heterogêneos, cujos nomes contêm referência explícita à modalidade em que se incluem, quais sejam: jong faat, gwan faat  e do faat.

A relação da estrutura hexagramática e a arquitetura de uma situação faz-se a partir do momento que dois trigramas são identificados e assim dois centros, são percebidos. É, por variação entre eles, que a “mudança” pode se produzir. Assim, contrariamente à fixação a que levaria qualquer monopolização devida a um centro único, a lógica de toda situação é a de uma regulação que, variando de um pólo a outro, como aqui entre os dois centros do hexagrama, permite que o desdobramento vá até o fim do caminho tomado. Essa duplicidade trilógica, promovida pelo hexagrama, enseja três fases, cujo conjunto é conhecido por “Sau, Poh, Lei”. Sau pode significar aceitar, manter, mas o Patriarca Moy Yat (9GVT) foi enfático: Sau, neste caso, quer dizer ‘obedecer’. Poh é ‘romper em pedaços’, para que possa ser investigado. Lei que quer dizer ‘separar’. Essas fases que potencializarão o Ving Tsun como um sistema de desenvolvimento de Kung Fu.
Mestre Julio Camacho praticando Chi Sao com seu mestre Leo Imamura. 


A função de um sistema de Kung Fu é estabelecer, em cada domínio, uma tipologia das disposições particulares que tem sido reconhecidas como as mais apropriadas para o desenvolvimento da excelência em uma determinada manifestação artística e cuja a experiência tem sido provida de mestre a discípulo, de geração a geração, como um legado. É a partir desta manifestação artística (no caso do Sistema Ving Tsun é a arte marcial),  que se pode estender para a conduta de outras atividades da existência humana.

Mestre Julio Camacho junto ao Patriarca Moy Yat
      


terça-feira, 27 de junho de 2017

Entrevista Mestre Julio Camacho Revista Mundo Marcial On Line (Interview granted by my Sifu Julio Camacho)


Reporte Jorge Ambrustolo entrevistando os Mestres Leandro Godoy e Júlio Camacho
Em 21 de Abril de 2017, foi publicada na revista Mundo Marcial Online a entrevista concedida pelo meu Si Fu Julio Camacho ao repórter Jorge Ambrustolo em meio a viagem à Argentina em que tive a oportunidade de acompanhá-lo em uma visita de integração do Grande Clã Moy Yat Sang ao Mo Gun do meu Si Suk Leandro Godoy, que nos proporcionou com todo zelo que é próprio à tradição de nossa linhagem o apoio para que meu mestre pudesse expor ao longo do artigo parte de sua percepção da cena marcial mundial, apoiada em sua vasta experiência neste mundo.

Trecho da entrevista  Chi Sao com meu irmão Kung argentino 
Na entrevista, dentre os inúmeros pontos frisados pelo meu Si Fu, posso destacar sua constatação de que cada núcleo da Moy Yat Ving Tsun porta consigo as características de sua liderança, frisando sua satisfação em encontrar na Argentina um alto nível de Kung Fu praticado de forma natural pelos alunos do Mestre Godoy não só no do ponto de vista técnico, mas principalmente no que é demonstrado e vivenciado no cotidiano e suas atividades corriqueiras.


Eu, meu Si Fu Julio Camacho e Meu Sisok Leandro Godoy em Buenos Aires
Meu Si Fu aproveitou a oportunidade para expor alguns de seus projetos, como o de visitar todas as escolas da Moy Yat Ving Tsun do mundo em razão dessa interação, com a possibilidade de se entrevistar suas respectivas lideranças e promover um documentário através desses e de contatos com os principais sinólogos existentes para fins de ampliar o legado cultural do nosso Clã. Ambos os mestres deixaram evidente durante a matéria o quão importante foi a nossa visita, não só pela oportunidade da troca de experiências técnicas, como pela própria manutenção da tradição que nos une em torno da perpetuação do sistema Ving Tsun.





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In April 21th of 2017, it was released in the Mundo Marcial Online magazine the interview granted by my Sifu Julio Camacho to the journalist Jorge Ambrustolo during the trip to Argentina in which I had the chance to accompany him in an integration visit of the Great Clan Moy Yat Sang to the Mogun of my Sisok Leandro Godoy, who provided us with all zeal that it is proper to our lineage tradition the support for master to expose throughout the article part of his perception of the martial world scenario, supported by his vast experience in it.

Backstage of the interview in Buenos Aires
In the interview, among the countless points marked by my Sifu, I can highlight his confirmation that each center of Moy Yat Ving Tsun carries within the idiosyncrasies of its leadership, reinforcing his satisfaction in finding in Argentina a high Kung Fu level naturally practiced by the students of Master Godoy not only in the technical point of view, but mainly in what is showed and lived in the day-by-day in its everyday activities.

My Sifu seized the opportunity to expose some of his projects, such as visiting all the Moy Yat Ving Tsun schools in the world in order to interact, with the chance of interviewing their respective leaders and promoting a documentary through these and through the contact with the most important sinologists with the purpose of expanding our Clan cultural legacy. Both masters made clear during the atical course how important our visit was, not only for  the opportunity to exchange technical experiences, but also for the maintenance of the tradition
that unites us around the perpetuation of Ving Tsun system.⁠⁠⁠⁠