terça-feira, 27 de outubro de 2020

O papel de um Discípulo.

        Uma pergunta que não me dei conta de fazer antes da minha Cerimônia de Discipulado em 2013, foi questionar qual seria o papel de ser Discípulo. Porém o Mestre Sênior Julio Camacho, ao qual passarei me referir por Si Fu nessas linhas, sempre disse que a entrega de um nome Kung Fu sempre carregava uma característica que percebia na pessoa, uma missão, e uma advertência. Meu nome carrega em seus ideogramas a palavra honra no sentido de nobreza, e antepassados. E durante muitos anos eu nunca compreendi a escolha de meu Si Fu em me dar esse nome, ao qual pouco me identificava. Nunca me senti nobre, honrado e conectado com ancestralidade `altura de levar um nome de tamanho peso.  Com o tempo, fui percebendo naturalmente, tal  como a máxima que meu Si Fu disse algumas vezes,que o tempo se encarrega de fazer o Discípulo assumir seu nome a medida que passei me colocar mais como um liderança do Clã Moy Jo Lei Ou, minha missão de proteger e perpetuar o Legado do Sistema Ving Tsun.

           
Primeira prática na Sala da Sede do Clã Moy Jo Lei Ou

Um dos primeiros mergulhos mais profundos no meu nome foi justamente me colocar a frente do processo de dirigir um Núcleo do Clã em Ipanema, onde as advertências ocultas em meu nome Kung Fu foram ficando cada vez mais óbvias em muitas situações que não agia de maneira tão condizente com a responsabilidade óbvia que esse nome me trazia, e quanto mais encarava tais preceitos como desafios, mais era advertido pelas consequências dos meus atos. Toda essa situação começou se reverter quando comecei me dar conta que as circunstâncias do cotidiano eram meras batalhas diante da grande guerra que corria dentro de mim mesmo. 

            Com a ida do Si Fu para Miami, sua repetida fala a cerca que ancestralidade diz respeito também as gerações vindouras, começou ecoar dentro de mim, e passei por um processo de profunda reformulação da minha maneira de me colocar à serviço desse processo cada vez mais rico de me tornar um elo em essa corrente.  

            
Entrega da chave do Núcleo Barra

Ontem, eu pude ter a honra de dar um grande passo de maneira muito nobre nesse processo ancestral que tanto traduz meu nome, ao ser o integrante mais velho da Família Moy Jo Lei Ou presente na primeira atividade na recém adquirida Sede do Clã. Numa manhã de céu límpido, estive presente junto meus irmãos Kung Fu Guilherme de Farias e Carmem Maris dando o ponta pé inicial em todo processo do ponto vista gerencial desse grande desafio que é estruturar a ambiência objetiva de um Sala de Guerra que levará o Jiu Paai do meu Si Fu, na primeira ocasião em que ele não participará presencialmente desse processo por estar morando em Miami. E finalmente, após sete anos que carrego o nome Moy Kat Jo, que compreendi num nível mais profundo que minha missão nesse instante está contido no lema mais repetido de Si Fu, pois esse Sede será o local para possamos seguirmos juntos.




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