sexta-feira, 24 de maio de 2019

Grandes roteiros mentais.

Mestre Sênior Julio Camacho e Patriarca Moy Yat 
Dia 24 de Maio de  2019 eu tive a honra indicar pessoalmente ao meu Si Fu Julio Camacho a praticante do Núcleo Vitrine de Ipanema Vivian Tristão Rios, num daqueles momentos mágicos ao qual a emoção se manifesta de tal maneira que fica difícil não deixá-la transbordar.
Viviam, apesar de ser praticamente uma iniciante no Programa Fundamental, desde de suas primeiras Aulas de Fundamentação do Sistema Ving Tsun, sempre demonstrou um grau incomum de conexão de quem chega numa "academia de artes marciais" à procura de defesa pessoal. Dotada de uma fome por conhecimento, trazia às suas práticas questões sofisticadas que tornam meu processo de transmissão de nosso Legado, um aprazível desafio de ter cada vez mais para se oferecer. E um senso de responsabilidade muito grande na missão de representar meu Si Fu nesse "ponto avançado" de nossa Família Kung Fu na Zona Sul do Rio de Janeiro.


Claudio Teixeira em Cerimônia de Discipulado 
Havíamos nos organizado para essa atividade para o Sábado dessa semana, entretanto entre os desencontros das agendas minha, do Si Fu e dela, e com muito Biu Je da minha parte, conseguimos ajustar tudo bem em cima da hora para nos encontrarmos no Restaurante Chon Kou em Copacabana,  algo que fugiu completamente da programação original desse evento. Estava um pouco nervoso porque acabou que nos atrasamos meia hora deixando o Si Fu esperando no local de seu compromisso anterior, fato que estava me trazendo desconforto que durou até o momento que sentamos numa mesa ao fundo do restaurante, por sugestão do Si Fu.  Nesse instante, ele nos revelou que fora exatamente naquela mesa que se sentou a comitiva que recebeu meu Si Taai Gung Moy Yat em sua histórica visita no Rio de Janeiro. Curiosamente fiquei ciente que estava sentado na mesma posição que ele, enquanto Viviam escolheu a posição que se sentou nosso Si Fu. Foi justamente esse pequeno relato do meu Si Fu que me fez, de uma maneira que não sei explicar o porquê, disparar uma forte emoção que trouxe todo sentido à expressão "passar um filme me minha cabeça". Enquanto vivenciamos o que poderia ser mais uma momento de Vida Kung Fu à mesa, como tantos outros que passei, me lembrei de minha jornada na Família, desde minha admissão, passando pelo meu Baai Si até a data de ontem, quando perguntei ao Si Fu e à Si Mo Márcia Moura, se poderia Reafirmar meu Discipulado com minha Si Mo no dia oito de Junho na mesma ocasião da Cerimônia de Admissão na Família da Viviam. 

O que poderia parecer algo de relativa relevância para mim mesmo, me causou um sentimento de um profundo significado em minha história no Kung Fu. Estar sentado naquele lugar que foi palco de um momento tão significativo no passado do meu Si Fu, apoiando meu Si Fu num convite que aponta para mais um futuro membro de nossa Família, me fez refletir da importância do meu papel diante da minha missão de honrar nossa Ancestralidade. E acima de tudo de como tenho o dever de estar em consonância com os valores transmitidos pelo meu Si Fu sendo mais uma engrenagem em nossa longeva família. 

Convite Formal de ingressar na Família Jo Lei Ou de Viviam Tristão Rios
Dentre os inúmeros ensinamentos passados pelo Si Fu nesse dia tão singular, terminei o encontro com uma visão mais ampla da perspectiva de como devo balancear minha relação pessoal com o querer, o dever e o poder. E como a busca por alinhar essa equação tantas vezes tão dissonante me é inglória pela minha dificuldade de equilibrar a razão e a emoção. De acordo com o compreendi de uma de suas inúmeras falas, que justamente é através da Vida Kung Fu que posso possibilitar extrair a  mágica de transformar o que poderia ser uma refeição entre pessoas se conhecendo, num símbolo tão poderoso que é capaz de desconstruir a idéia que tenho de mim mesmo que sou uma pedra de gelo emocional. Mesmo quando me esforço para não deixar os sentimentos me atrapalhar na minha atenção cuidadosa, como hoje em que estava com um olho na mesa e o outro nesse misto de sensações. Devo acreditar que até que me sai bem em não deixar transparecer o quase transbordo de tantas emoções, salvo ao derramar um chá na mesa. O que me conforta diante da gafe é que ainda sei que tenho muito tempo para corrigir essa minha capacidade de ser tão desajeitado através da relação vitalícia Si Fu To Dai (risos).

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